ONDE PAIRA A MINHA INSPIRAÇÃO?

Fotografia: Edgar Pereira
O novo ano começou há já alguns meses. Dantes tudo era motivo para escrever… às vezes, crescia dentro de mim uma vontade única de jogar para este papel virtual, letras, pensamentos, frases sem sentido… sentimentos perdidos. A inspiração brotava do nada, como se fosse um talento único, uma fome que era necessário matar.

Era fácil viver assim… O espírito libertava-se, o corpo e a mente estavam sãs. Eram o reflexo de uma felicidade explícita, materializada num amor sincero, fresco como a primavera. O desejo irrompia a cada beijo, a cada toque ainda que subtil. Sinto saudades desse amor… desse toque, da respiração a arder na minha pele.

Hoje falta-me a inspiração. Falta-me esse amor… falta-me amar. Às vezes nada faz sentido.
Hoje escrevo. Não motivada pelo amor, mas porque julgava ter perdido este cantinho de desabafos. Foi uma sensação estranha. Senti que perdera uma parte da história da minha vida. Estas são as minhas memórias. Jamais posso voltar a perdê-las.

Já basta o amor. Sem elas, perdia-me de vez.

26 ABR 2005